A Rua Ferreira Borges vai avançar para uma obra de requalificação há muito aguardada. “Trata-se de uma intervenção essencial para melhorar pavimentos, infraestruturas, segurança, conforto e acessibilidades. Sabemos que uma obra desta dimensão traz impactos no dia a dia. Por isso, será realizada em três fases, com cortes sequenciais da rua, permitindo uma melhor gestão dos constrangimentos. Desde o primeiro momento, estamos no terreno a informar moradores e comerciantes e a acompanhar cada etapa da intervenção”, pode ler nas redes sociais da Junta de Freguesia de Campo de Ourique.
Sabe quem foi José Ferreira Borges?
É a rua mais famosa do bairro. Chegou a ser conhecida como Avenida de Campo de Ourique e foi buscar o nome a José Ferreira Borges, autor do 1º Código Comercial português e que viveu entre 1786 e 1838. Foi um jurisconsulto e político, formado em Cânones pela Universidade de Coimbra.
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Ferreira Borges foi advogado da Relação do Porto e ocupou vários cargos públicos, como juiz do Tribunal de Comércio de Lisboa, entre outros. Fundou ainda a Associação Comercial do Porto e teve um papel importante na reorganização das atividades económicas e comerciais no Portugal de Oitocentos.
José Ferreira Borges é autor do 1º Código Comercial português
José Ferreira Borges foi também membro da Maçonaria. Com Manuel Fernandes Tomás fundou o Sinédrio (1817). Era uma associação clandestina que teve papel importante na instauração do Liberalismo em Portugal. Com a Vilafrancada e a abolição da Constituição, exilou-se em Londres. Aqui participou em acesas campanhas e polémicas em defesa dos ideais revolucionários de 1820 que em Portugal eram entretanto abafados.
Regressado a Portugal em 1833, elaborou o Código Comercial Português, que foi aprovado e promulgado nesse mesmo ano e ficou conhecido como Código Ferreira Borges com uma vigência de 60 anos. Deixou ainda como obra publicada, entre outros, Instituições do direito cambial português (1825), Do Banco de Lisboa (1827), Jurisprudência do contrato mercantil (1830), Princípios de Sintetologia (1831), Instituições de economia política (1834) e Dicionário jurídico-comercial (1840).
Fonte: Toponímia de Lisboa
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