Outubro 4, 2024

“É como viver no campo dentro da cidade”

Chama-se João Barbosa, mas é mais conhecido por Branko. Produtor musical e DJ, lançou nomes famosos da música como os Buraka Som Sistema e Carlão.

Há quanto tempo vive em Campo de Ourique?
Há oito anos. Mas trabalho cá há mais tempo, tenho aqui o estúdio e a produtora desde 2004.

E porque é que escolheu Campo de Ourique para morar?
Porque, nessa altura, a minha filha tinha um ano e vivíamos na Amadora. Os meus pais e os meus avós já moravam no bairro e eu e a minha mulher resolvemos mudar-nos para cá porque Campo de Ourique é calminho, familiar. Um sítio ótimo para educar uma criança.

De que é que mais gosta, em Campo de Ourique?
Por razões profissionais, viajo muito, e sinto que, aqui, é como viver no campo dentro da cidade.

E o que é que falta no bairro?
Acho que ainda há espaço para acrescentar uma maior estrutura cultural. Teatro, cinema, um evento musical anual que seja marcante. Lisboa está definitivamente na moda. Eu trabalho com gente de todo o mundo, tenho amigos em todos os continentes, e não há semana em que não receba pelo menos um e-mail de alguém a dizer que vem a Lisboa e a pedir sugestões de sítios onde ir e de coisas para fazer. Gostava que o bairro aproveitasse mais esta onda de turistas que chega à cidade todos os dias mas, para isso, é preciso dar-lhes razões para virem cá. De resto, não há nada de que não goste ou que me faça falta. Oiço as pessoas queixarem-se do trânsito e do estacionamento, mas não sinto esses problemas. Ando sempre a pé e quando preciso de sair, vou de mota. Já vivi em Los Angeles, em Nova Iorque, em Londres. Aí sim, há trânsito e falta de estacionamento a sério.

O que é que está a fazer, neste momento?
Tenho um disco novo e estou a preparar um programa de televisão, mas isso é uma grande surpresa, ainda não posso dar pormenores. Mas é uma coisa diferente, está a ser um grande desafio.

Sempre quis ser músico?
Não. Fiz Direito, na Católica, mas a música foi sempre muito importante na minha vida, a partir da adolescência. E aos 16 ou 17 anos, descobri que podia fazer música eletrónica com um computador. Passava os dias num sótão, na Amadora, a fazer música no computador do meu pai! E, mais tarde, quando chegou a altura de decidir o que queria fazer na vida, não tive dúvida: música! E foi aí que estive um ano em Madrid, a fazer um curso de engenharia de som.

Fonte: Boletim Informativo da Junta de Freguesia N.º 7 | DEZ 2016/JAN 2017

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